quinta-feira, maio 29, 2008

Machada em Família 2008 – Preservar e usufruir do “pulmão” do Barreiro

“Se tivermos uma oferta organizada do ponto de vista pedagógico, ambiental e de lazer, conseguimos ser um ponto de referência não só do concelho do Barreiro, mas também de toda a Área Metropolitana de Lisboa”

Foi apresentado na segunda-feira, em conferência de imprensa, o programa para a “Machada em Família” 2008, uma iniciativa que é levada a cabo pelo terceiro ano consecutivo, pela Câmara do Barreiro, e que o vereador Bruno Vitorino diz já ter envolvido a participação de milhares de pessoas, o que constitui “um estímulo para melhorar e continuar a desenvolver a iniciativa”, que visa “pôr as pessoas a usufruir e a viver o espaço”.

Na conferência o vereador do ambiente defendeu uma gestão conjunta para a Mata da Machada entre a Direcção Geral de Recursos Florestais (DGRF) e a autarquia, para melhor potenciar a zona.

Da iniciativa “Machada em Família”, o vereador do ambiente da Câmara Municipal do Barreiro, Bruno Vitorino, diz surgir, por um lado, com o intuito de “chamar a atenção dos barreirenses” para a necessidade de preservar um espaço que entende ser “em termos de património natural, a maior riqueza que o Barreiro tem” e, por outro, para “pôr as pessoas a usufruir e a viver o espaço”, considerando que quanto mais gostarem do espaço, mais vontade têm de o preservar. Para além destes duas finalidades, chama a atenção para o reforçar do “laço familiar”, referindo que a “Machada em Família” desenvolve um conjunto de actividades direccionadas para toda a família.

Participação de milhares de pessoas – “um estímulo para melhorar e continuar a desenvolver a iniciativa”

Uma iniciativa que surge pelo terceiro ano consecutivo e que o vereador Bruno Vitorino diz ter tido “um número de participantes bastante significativo”, ao que comenta: “os milhares de pessoas que participaram nas edições anteriores são um estímulo para melhorar e continuar a desenvolver a iniciativa”. Raquel Marques, técnica do Centro de Educação Ambiental da Mata Nacional da Machada e Sapal do rio Coina (CEA), falou das iniciativas para o “Machada em Família” 2008 que estão ao dispor da população, todos os sábados e domingos do mês de Junho, das 9 às 19 horas. Destacou os desportos radicais que diz “terem sempre muita procura”, os passeios pedestres para conhecer melhor a mata, actividades de orientação, ginástica aos domingos de manhã e passeios de bicicleta para adultos e crianças.

Promoção de iniciativas que coloque a Mata da Machada “ao serviço da população”

Sobre o Centro de Educação Ambiental (CEO), o vereador sublinha que tem “sido aperfeiçoada a oferta dada às escolas e a outras entidades do concelho”, sublinhando que essas iniciativas abrangem cerca de 1500 crianças e jovens por ano. Uma procura das escolas que diz que não se fica pelo concelho do Barreiro e é nesse âmbito que defende: “se tivermos uma oferta organizada do ponto de vista pedagógico, ambiental e de lazer, conseguimos ser um ponto de referência não só do concelho do Barreiro, mas também de toda a Área Metropolitana de Lisboa”. Considera que a melhor forma de “provar o potencial que o espaço tem” é através da promoção de iniciativas que o coloque “ao serviço da população”.

Vereador defende gestão conjunta entre DGRF e Câmara do Barreiro para a Mata da Machada

Considera ainda que a realização de iniciativas na Mata da Machada “obrigam a repensar o espaço com uma outra amplitude”, o que diz remeter para a pergunta: “Mata da Machada, que futuro?”. E para esse futuro, defende que o chamado “pulmão do Barreiro”, com uma área de cerca de 380 hectares, deverá ter uma gestão conjunta entre a Direcção Geral de Recursos Florestais (DGRF), a actual entidade responsável pela gerência do espaço, e a autarquia, para potenciar a zona. Considerando “ que a Câmara Municipal do Barreiro pode gerir muito melhor aquele espaço do que o Estado tem feito, através da DGRF”.

“Rentabilizar o espaço e que ao mesmo tempo tenha meios de subsistência para reinvestir”

Advoga que “a Mata da Machada deve continuar a ser um espaço com regime protegido”, mas cuja gestão deverá caber a “uma entidade que possa fazer o planeamento e também a gestão em sentido macro”. Uma entidade que entende que possa gerir as iniciativas a levar a cabo na mata, também ao nível da limpeza, assim como dar outro impulso ao CEO, chamando a atenção para a possibilidade de potenciar o espaço com quintas pedagógicas e a sua rentabilização no aluguer a empresas para organização de convívios. O vereador social-democrata defende a ideia de “rentabilizar o espaço e que ao mesmo tempo tenha meios de subsistência para reinvestir”. Sublinha ainda a existência de “actividades que estão no nosso plano de actividade há pelo menos dois anos mas para as quais ainda não tivemos capacidade financeira de o fazer”, dando o exemplo da recuperação do circuito de navegação, o circuito de orientação permanente ou o disciplinar das actividades relacionadas com os passeios pedestres ou com a BTT.

Bruno Vitorino adiantou ainda que já houve uma reunião com a DGRF e diz “falta agora da parte da DGRF um aceitar ou não dos termos e condições defendidas em conjunto”, adiantando que a “ideia não foi mal aceite”. E defende ainda “a capacidade de resposta célere para estas questões”.

(Notícia e Foto publicadas no Jornal "Rostos")